segunda-feira, 3 de junho de 2013

Análise Grão a Grão: Monomania (Clarice Falcão)

Você já ouviu falar dela aqui no blog e hoje você confere nossa análise do seu novo cd, “Monomania”, disponível apenas na iTunes Store.


Monomania é uma mania em que predomina uma idéia fixa sobre alguém ou alguma coisa. Como o título sugere, a impressão que temos ao escutar o álbum da Clarice é que todas as músicas são escritas  para uma pessoa só, fato confirmado pela própria cantora na faixa que dá nome ao cd, Monomania: “Quem vai comprar esse cd sobre uma pessoa só?” (Só pra constar, o cd se encontra em 1º lugar no iTunes a mais de 2 semanas.)

Mas não vamos nos apressar...que tal analisar todas as faixas, começando pelo início? J


1. Eu Esqueci Você: A faixa que abre o álbum é diferente da maioria das outras que a seguem por um simples motivo. Aqui, pra variar, Clarice não canta sobre uma pessoa que está no lado perdedor da relação. Pelo contrário, a mina diz que tudo ficou tãaao melhor desde que o cara foi embora que você não tem noção. Simples e alto astral.

“E desde que eu te esqueci/ Tá tão bom sem você/ Você ir fez tão bem por aqui”

2. Macaé: Poderia se chamar Monomania 2.0 né? Na boa, a letra fala de uma pessoa tão obcecada pela outra que dá medo. O violão e o violoncelo melancólico dão um toque especial a música.

“E se eu mostrar o cianureto que eu comprei pra gente se matar/ Você manda me prender ao amanhecer?”

3. Monomania: Faixa homônima do álbum, já havia sido lançada na internet (link) pela cantora, mas aqui ganha um arranjo mais elaborado que dá um toque parisiense à música.

4. Um Só: Minha preferida do cd, apesar de não ter nada de inovador ou muito diferente do resto do cd, tem uma letra muito bonita e delicada, assim como a interpretação da Clarice.

5. Fred Astaire: Alto astral, fala de um amor saudável (não...sério mesmo!) que o único efeito colateral é fazer o coração sapatear como o Fred Astaire. O arranjo dos teclados dão cor a música.

6. Talvez: A letra que fala sobre uma pessoa um pouquinho desequilibrada. Nenhuma novidade aqui. Talvez se alguma coisa fosse diferente aqui a música fosse mais interessante.

7. De Todos os Loucos do Mundo: “De todos os loucos do mundo eu quis você/Porque/ A sua loucura parece um pouco a minha”

A Clarice faz muito bom uso do ukelele sempre que o usa, e aqui não é diferente. A irreverência da letra é outro ponto positivo.

8. Qualquer Negócio: Sabe aquela pessoa que faz qualquer negócio pra continuar na vida do amado e desconhece o conceito de vergonha, humilhação e absurdo? É sobre isso que fala a música. É de dar dó gente!

9. Eu Me Lembro: A faixa é um dueto com outra promessa da música brasileira, o Silva, que vocês já viram aqui no blog. Na música, cada intérprete relembra como se conheceram, um completando o outro, ou melhor, contrariando, pois cada um lembra de formas diferentes. Típico, né?

10. O Que Eu Bebi: Quem nunca encheu a cara por aquela pessoa que não tá nem aí pra você? A Clarice já, e a música é fruto dessa experiência.

11. A Gente Voltou: A composição mais divertida e despretensiosa do álbum. O instrumental dá um tom circense super divertido à música.

12. Oitavo Andar: Essa música já havia sido lançada no Porta dos Fundos há algum tempo. É aquilo mesmo, pessoas desequilibradas tem pensamentos loucos, como se jogar do oitavo andar e ainda conseguir ver o lado positivo de morrer ao lado da pessoa amada.

13. Capitão Gancho: Quem vê a letra percebe que é a faixa mais autobiográfica do álbum. Pra falar a verdade, acho que todos nós podemos nos identificar com uma letra simples e sincera como essa!

14. Fred Astaire (Versão Inglês): É a versão em inglês da faixa 5. Adoro músicas em inglês, mas essa versão não supera a versão em português e não acrescenta muito ao álbum. Sorry!

  • O álbum de estréia da Clarice Falcão é como um sopro de ar refrescante para a música brasileira, que precisava de algo mais que aquilo de sempre, sabe como é?
  • Composições irreverentes, predominância do folk e letras que retratam um pouco do lado “loser” de uma relação marcam o Monomania.
  • Algumas canções são muito parecidas umas com as outras, o que não é um defeito incorrigível, até porque as letras criativas e bem escritas prendem sua atenção e cedo ou tarde fazem você se apaixonar por elas, isso é fato!
  •  Só queria que as músicas não fossem tão curtas como são, pois algumas músicas tem menos de 2 minutos, o que lhe deixa com um gostinho de quero mais.
  • E é isso aí! Carreira longa e próspera para a Clarice Falcão, para que ela continue nos brindando com sua criatividade e talento musical, dois fatores raros (infelizmente) hoje em dia.
AVALIAÇÃO: 4 GRÃOS

E você, quantos grãos acha que o álbum merece? Marque aqui embaixo.


J.Vi

3 comentários:

  1. Na verdade, a interpretação da música "Eu esqueci você" é que ela fala que esqueceu o cara, mas ela não esqueceu. Ela continua do lado perdedor, ao contrário do que você disse. Note que ela passa a música inteira dizendo que esqueceu, e isso prova que ela não esqueceu, e ainda faz um convite pro cara ir até ela, e usa como desculpa que é pra ele ir ver que ela esqueceu. Coisa que não aconteceu.

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  2. Na interpretação de "Eu Esqueci Você" os donos do blog deixaram claro que não entendem que a ironia é um recurso linguístico e por conseguinte não conseguiram captar a ideia fundamental da música.

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